Michelle Bolsonaro faz ativismo pela luta dos direitos
da comunidade surda e promete projetos. FOTO: AFP
A jornalista Cristina Ventura, moradora de Brasília, é mãe de uma menina com oito anos que tem surdez profunda e severa bilateral. A deficiência foi descoberta após o nascimento, a partir do exame de orelhinha, mas ela conta que repetiu o exame três vezes porque havia a possibilidade do resultado ser falso. A confirmação só veio aos cinco meses após a realização de exames auditivos mais complexos.

No caso da filha de Cristina, o transplante coclear, que auxilia pessoas com perda auditiva, não se enquadrou. Então, foi a partir disso, que ela procurou conhecer mais sobre Libras para conseguir dialogar com a filha. O primeiro contato da família com a língua dos surdos foi no primeiro ano de vida da pequena Tarsila, que tem uma forte influência na língua de sinais.

“No começo a gente buscava vídeos na internet e aí encontramos muito vídeos básicos que nos possibilitaram a iniciação em Libras. Para nós que somos ouvintes, é mais difícil, é um aprendizado contínuo. Quando ela ainda era pequena, convivíamos com um intérprete de Libras que, além de dar aula para a Tarsila no período de estimulação precoce, dava aulas para a família inteira nos finais de semana”.

O grande desafio na vida da Tarsila, segundo a mãe Cristina, é a educação que às vezes é muito restrita. A jornalista conta que no início foi difícil adaptar a filha aos estudos, mesmo com a presença de um intérprete em sala de aula, porque todos os professores e alunos tiveram que conhecer mais sobre a língua de sinais e a comunidade surda.

A filha de Cristina estuda em uma escola referência no ensino de Libras e Português Escrito, que fica em uma cidade satélite próxima a Brasília. “A escola é um projeto modelo, que propicia a ela educação na perspectiva da Libras como primeira língua. Nessa escola estudam crianças e jovens surdos, “codas” (filhos de surdos) e ouvintes, todos integrados. É maravilhosa a pedagogia aplicada lá. A melhor parte é que todos os profissionais são habilitados em Libras e isso faz toda a diferença no aprendizado da pessoa surda”, disse. 

Mudança
A oferta obrigatória do ensino de conhecimentos básicos da Língua Brasileira de Sinais nas escolas públicas do País vem sendo discutida nas comissões da Câmara dos Deputados e pode se tornar uma realidade no próximo governo.

A futura primeira-dama Michelle Bolsonaro tem uma proximidade enorme com essa área por ser intérprete de Libras na Igreja em que ela frequenta. Após a vitória do esposo Jair, Michelle afirmou que pretende atuar em projetos sociais e que uma das suas prioridades será em prol da comunidade surda e demais pessoas com deficiência.

Michelle já deu declarações de que o interesse por Libras surgiu como uma vocação de Deus, mas um dos seus tios tem deficiência auditiva e serviu como uma fonte de inspiração para ela aprender.      (Diário do Nordeste)

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