Milhares de pessoas ainda vivem em casas de taipa, onde o barbeiro escolhe para abrigo. FOTO: Melquíades Júnior |
Não
importa qual seu bem estar social hoje, se uma origem humilde assina o risco. A
doença causada pelo protozoário parasita Trypanosoma cruzi tem por sobrenome
"negligenciada" e assim naturalizou-se. No maior sentido que a
palavra pode ter. Não é que a "doença do coração crescido" voltou.
Ela nunca foi. Milhares de pessoas ainda vivem em casas de taipa, que o
mosquito barbeiro escolhe para abrigo. Quem já deixou, ou nunca morou assim,
mas vive em região endêmica, corre mais risco.
O
Ceará registra uma morte por semana da doença, média maior que dengue. Enquanto
quem bate à porta é o mal, não a saúde, pacientes soropositivos tentam, e
muitos conseguem, uma vida normal. Mas uma outra normalidade é perigosa: várias
regiões endêmicas no interior do Estado e pouca atenção onde o descaso é
parasita e regra. Pelo menos, 25 cidades cearenses seguem descritas em alto
risco. Limoeiro do Norte está no topo, mas até esta informação será novidade
para muitos de lá a partir de hoje.
(Diário do Nordeste)
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