Prefeitura de Nova Olinda. FOTO: Ubuntu Notícias CE |
O
Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) realizou, na última quinta-feira
(14/02), a operação “Combustível Podre”, em Nova Olinda. Na ação, foram
cumpridos três mandados de prisão temporária contra dois secretários municipais
e um empresário local, suspeitos de envolvimento com aquisição irregular de
combustível pelo Município. Também foram cumpridos cinco mandados de busca e
apreensão, sendo apreendidos mais de R$ 40 mil em espécie, três armas de fogo,
computadores e celulares. As investigações seguem em sigilo.
A
operação decorre de investigação que apura o superfaturamento peculatário nos
contratos de abastecimento de combustíveis no município entre 2016 e 2019. Os
custos chegam a mais de R$ 1 milhão por ano. Segundo informam as medidas
cautelares, a frota de veículos de Nova Olinda não chega a 30 veículos. Porém,
em 2017, foi gasto o valor de R$ 1.225.236,14 com combustível. Em 2018, a
despesa foi de R$ 1.332,117,97.
No
aparente esquema, os motoristas da prefeitura de Nova Olinda abasteciam
diariamente no posto do empresário, com ordens já preenchidas e assinadas. As
notas avulsas ficavam retidas pela gerência e administração do posto sendo
inseridas no sistema como “abastecimentos a prazo”. No fim de cada mês, era
emitida uma nota fiscal mensal não com base nos abastecimentos efetivamente
realizados, mas a partir de um mapa manuscrito pelo secretário municipal, que era
fraudulentamente superfaturado.
O
acréscimo no sistema de emissão da nota fiscal da Prefeitura era feita pelo
empresário a partir de outros abastecimentos particulares de terceiros, sem
nota já emitida ou pedida pelo cliente, e, assim, a emissão tornava-se
aparentemente legal, aceita pelo sistema da Secretaria da Fazenda do Estado
(Sefaz). Desse modo, o Município fazia o empenho e o pagamento. A propina
correspondia ao excesso emitido na nota mensal e indevidamente recebido e era
retirada do caixa ou do cofre do posto. Os valores transitavam entre R$ 5 mil e
8 mil por mês e eram resgatados pelo secretário. (Assessoria de Comunicação do MPCE)
Postar um comentário