Lideranças
do setor de agronegócio cearense dizem esperar da nova gestão do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) "um olhar sensível para os
gargalos enfrentados no Estado". Com visita marcada para esta sexta-feira
(15) ao Ceará, a titular da Pasta, Tereza Cristina, deve ser apresentada às
demandas locais, como a ampliação do quadro de fiscais do Mapa nos portos e no
Aeroporto de Fortaleza, além de mais incentivos para impulsionar os produtores.
Na
avaliação do novo subsecretário de Agronegócio da Secretaria do Desenvolvimento
Econômico e Trabalho do Ceará (Sedet), Silvio Carlos Ribeiro, a oferta reduzida
de fiscais é um dos grandes problemas enfrentados pelo Estado na hora de
exportar a produção.
"Os
produtos exportados, seja de origem vegetal ou animal, precisam de autorização
dos fiscais para saírem do País. Mas faz tempo que não há concurso público para
a função", lamenta. O subsecretário de Agronegócio da Sedet ressalta
também que os fiscais são importantes no controle de pragas e doenças no
Estado.
Conforme
publicou o colunista do Diário do Nordeste Egídio Serpa na última quarta (13),
a Superintendência do Ministério da Agricultura no Ceará dispõe de apenas 27
fiscais para atender aos portos do Mucuripe e Pecém e ao Aeroporto de
Fortaleza, sendo 14 agrônomos e 13 veterinários.
Ele
ainda destaca que o Ceará espera da nova gestão do Mapa incentivos para o setor
agropecuário no Estado, com uma atuação mais estruturada do Ministério.
"Nossa ideia é mostrar o potencial do Ceará na produção de flores e
frutas, além do camarão, que vem apresentando crescimento interessante",
detalha Silvio Carlos Ribeiro.
Os
incentivos, segundo ele, são aguardados na forma de projetos para o Estado,
concessão de financiamentos, programas de capacitação e de assistência à
produção local. "Apesar de termos a Ematerce (Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Ceará), que recentemente realizou concurso público,
precisamos desse apoio do Ministério da Agricultura", frisa o
subsecretário de Agronegócio.
Pequenas
culturas
A
legalização da produção de pequenas culturas é um dos tópicos mais importantes
a serem levados até a ministra Tereza Cristina, na avaliação do CEO da Itaueira
Agropecuária e coordenador do Comitê Técnico Fitossanitário da Confederação
Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Tom Prado. "A ministra tem uma
grande oportunidade de legalizar a produção de pequenas culturas, sem suporte
fitossanitário adequado", detalha. "Ela foi a presidente da comissão
especial da Câmara dos Deputados que tratou do assunto no ano passado",
acrescenta.
"Outro
assunto é a burocracia e custos com os licenciamentos ambientais, outorgas,
etc. Atrasam e encarecem os investimentos", detalha o coordenador do
Comitê Técnico Fitossanitário da CNA. Prado lembra ainda, entre outros
gargalos, do aumento do custo da energia elétrica rural desde o fim do ano
passado.
"Ainda
temos a dificuldade hídrica. Se tivéssemos água no Ceará, poderíamos ampliar
50%, 100%, em poucos anos, desde que os outros gargalos também estivessem
alinhados", analisa. (Diário
do Nordeste)
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