A
adoção de crianças e adolescentes nas cidades de Crato, Juazeiro do Norte e
Barbalha reduziu em 53%, num comparativo entres os anos de 2017 e 2018. Crato
segue como a cidade com mais adoções realizadas. Ao todo, 23 crianças foram
adotadas no Crajubar nos dois últimos anos, enquanto 37 aguardam por uma
família em abrigos e casas de acolhimento dos três municípios.
Em
Crato, seis crianças foram adotadas em 2017 e quatro no ano passado. Juazeiro
reduziu as adoções de cinco para uma, entre os dois últimos anos. O Município
de Barbalha registrou um acolhimento a menos em 2018: três em relação às quatro
adotadas em 2017. Para a defensora pública Ramylle Holanda, a redução se deve
em boa medida à incompatibilidade entre o perfil de crianças buscado pelos
pretendentes e as acolhidas em abrigos.
“Os
pretendentes buscam, geralmente, meninas de até dois anos, de pele branca,
enquanto nos nossos abrigos temos, em sua grande maioria, meninos de pele parda
e idade maior, acima de cinco anos ou adolescente. Então, é preciso que a gente
sensibilize para essas adoções inter-raciais e de crianças um pouco mais
velhas”, conta a defensora.
Ela
explica que, em 2009, o processo de adoção implantou procedimento feito por
meio do Cadastro Nacional de Adoção. A iniciativa foi tomada para se evitar as
adoções diretas, que ocorrem quando uma criança ou adolescente é acolhida por
uma família sem ter ocorrido trâmite de acordo com a lei vigente. Conforme
esclarece, a Justiça prioriza o retorno da criança para a família biológica
para depois, fracassada essa tentativa, ela ser destituída do poder familiar e,
assim, estar apta à adoção.
Na
busca por ampliar o número de crianças – destituídas do poder familiar – para
adoção, a Vara da Infância e Juventude promove diversas ações. Destacam- -se:
tentativa de agilizar os processos de destituição do poder familiar, viabilizar
realização do cadastro e realização de cursos preparatórios para quem deseja
adotar. “São ações para fomentar que essas crianças sejam facilmente adotadas.
Na verdade, muitas vezes estamos em uma luta contra o tempo. À medida que o tempo
passa, mais difícil vai ficando para a criança ser adotada. Quanto maior a
idade, mais difícil encontrar um casal que aceite o perfil de uma criança mais
velha”, esclarece.
Agilidade
e Mitos
O
cotidiano de quem atua com os processos de adoção no Crajubar é permeado pela
tentativa de agilizar o procedimento, além de conscientizar os pretendentes a
ampliar o perfil de crianças. Este último passo é feito durante cursos
preparatórios para a desconstrução de mitos como a adoção de crianças com idade
acima dos dois anos.
“É
possível conversar abertamente com os pretendentes de que a adoção tardia pode,
sim, ser bem-sucedida, assim como de grupos de irmãos e crianças que têm
problemas de saúde. Então, é tentar [nos cursos] sensibilizar os pretendentes
para que eles possam mudar o perfil e incluir no perfil de crianças que eles
buscam as crianças que estão em nossos abrigos”, conclui a defensora, ao
acrescentar que a Vara da Infância e Juventude recentemente instalada em
Juazeiro do Norte e o estabelecimento de programas de apadrinhamento podem
elevar a quantidade de crianças e adolescentes adotados. (Jornal do
Cariri)
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