FOTO: Fabio Lima |
Dados
da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) mostram que o
ano passado terminou com 13,1 milhões de contribuintes em fundos privados. Além
da saída de pessoas do sistema, a captação entre os clientes ativos também caiu
mais de 30% em relação a 2017.
A
Federação explica a contração do setor por dois fatores principais: a queda do juro básico no País,
que diminuiu a atratividade do segmento, e a instabilidade gerada pelas eleições. Essa
retração foi observada no comportamento das pessoas físicas e nos planos
empresariais.
O
setor privado também viu a captação líquida (diferença de depósitos e resgates)
diminuir pelo segundo ano consecutivo como consequência do contexto econômico.
Foram R$ 39,5 bilhões, cifra 30,64%
inferior a de 2017. É ainda o menor patamar desde 2013, quando
o setor também sentiu o impacto da volatilidade no mercado financeiro.
Apesar
da menor captação e da queda no número de participantes, o novo presidente da
FenaPrevi, Jorge Nasser, diz que o setor se mostrou "resiliente" em
2018.
"No
ano passado, o desemprego não teve a melhora que se apontava. Foi um ano
eleitoral com uma série de incertezas e a economia ainda com uma recuperação
muito lenta. O sistema como um todo se mostrou resiliente frente a este
cenário, com reservas crescentes", afirma o executivo, que assumiu a
presidência da FenaPrevi no mês passado para o triênio entre 2019 e 2021.
Executivo de carreira do Bradesco, ele também é presidente da Bradesco Vida e
Previdência.
Apesar
da queda na captação líquida, as reservas dos planos de previdência privada
aberta cresceram 10,54% no ano passado frente a 2017, totalizando R$ 836
bilhões. Nos últimos cinco anos, este saldo apresentou expansão em média 12% ao
ano.
Para
dar saltos maiores, o setor de previdência privada aberta depende, de acordo
com ele, do teor da reforma da aposentadoria oficial e quando será implementada
pelo governo de Jair Bolsonaro.
"Dependendo
do novo teto (de idade), do tipo de reforma e o prazo, temos um mercado que vai
apontar para um potencial de crescimento", destaca, sem dar números.
A
relação, entretanto, não é direta, mas a implementação da reforma da
Previdência deve contribuir para elevar a educação financeira e a preocupação
com a poupança de longo prazo dos brasileiros, beneficiando, assim, a
previdência privada. Primeiro, as pessoas têm de entender o que ocorrerá com o
INSS, segundo Nasser.
(Estadão)
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