FOTO: Alex Pimentel |
Para Ednardo Conrado, o caso aconteceu aos 38 anos.
O servidor público, atualmente com 52, caminhava pelo Centro de Fortaleza
quando começou a sentir os sintomas. Suspeitando de lesão muscular, deu
continuidade à rotina até que a dor na região do tórax - que irradiava para os
braços - se tornou "horrível", o fazendo suar bastante até
"pingar pelos dedos". "Uma dor que você não tem posição para
ficar deitado, em pé ou sentado", diz. Apenas no dia seguinte, cerca de 20
horas depois e alguns exames, descobriu que se tratava de um infarto do
miocárdio. "Eu tinha uma vida muito sedentária, só trabalhava, ia para
casa, dormia mal e fumava muito", relata Ednardo.
De acordo com o professor de cardiologia da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e diretor da
Unidade de Investigação Cardiológica (Unicordis) do Hospital São Mateus,
Ricardo Pereira Silva, essas características do estilo de vida de Ednardo são
causas que podem facilitar um IAM. O cardiologista explica que existem 10
fatores imutáveis e mutáveis relacionados ao infarto: idade, sexo masculino,
histórico familiar, obesidade, hipertensão, diabetes, tabagismo, sedentarismo,
estresse e dislipidemia (colesterol elevado).
No entanto, para além destes, o professor afirma
que distúrbios da coagulação e o uso de drogas ilícitas também contribuem para
ataques cardíacos em pessoas mais jovens que, nessa fase, apresentam
consequências mais letais. "As pessoas que infartam em idade avançada, à
medida que as artérias vão ficando obstruídas, o organismo vai fabricando
circulações colaterais. No jovem, não há tempo para a permutação dessa
circulação colateral, então, muitas vezes, o infarto é fatal", ressalta.
Conforme a Sesa, homens são mais acometidos do que
mulheres. Nos últimos cinco anos, o sexo masculino representa 56,12% dos casos
entre todas as faixas etárias.
(Diário do Nordeste)
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