FOTO: Honório Barbosa |
"Tivemos
um bom inverno e uma boa recarga na maioria dos açudes", observou o
diretor de Negócios do Interior da Companhia de Água e Esgoto do Ceará
(Cagece), Hélder Cortez. Pelo menos até a próxima quadra chuvosa, as seis
cidades permanecerão em um quadro de contingenciamento. Os açudes que fornecem
água para os sistemas de abastecimento destas localidades não tiveram recarga.
E esse é um problema que já ocorre há alguns anos. Mombaça, Monsenhor Tabosa,
Pereiro e Piquet Carneiro já estavam em situação crítica há um ano e permanecem
atualmente.
Hélder
Cortez explicou que através da reunião semanal do Grupo de Contingência da
Seca, as situações das cidades e dos açudes são avaliadas e ações de
atendimento, definidas. "Implantamos adutoras, perfuramos e religamos mais
poços profundos para que a cidade não fique sem abastecimento", pontuou. Cada
cidade tem suas dificuldades próprias, mas no geral, Hélder avalia que este é o
melhor cenário dos últimos oito anos. "Tivemos situação de alívio em
muitos municípios e já chegamos a ter 50 cidades em situação de contingência de
abastecimento no passado".
Problemas
e soluções
Em
Itapiúna, o Açude Castro acumula apenas 0,6%. "Vamos perfurar mais poços
para atender à demanda", adiantou Cortez. Já em Mombaça, o Açude Serafim
Dias continua seco desde 2016. "Já estamos atendendo à cidade com poços
profundos e há geólogos definindo novas áreas para perfurarmos mais
unidades". O Açude Parambu que abastece a cidade de mesmo nome na região
dos Inhamuns obteve uma recarga suficiente para atender à demanda até o fim
deste ano. O Açude São José II em Piquet Carneiro está com 2,6%. Por lá, existe
a necessidade de ampliação no número de poços profundos.
Já
em Monsenhor Tabosa, o abastecimento vai continuar exclusivamente por meio de
poços profundos, porquanto o reservatório local permanece seco. Esse mesmo
quadro ocorre em Pereiro, no Vale do Jaguaribe, que enfrenta há pelo menos
quatro anos crise no abastecimento. O Açude Adauto Bezerra permanece seco.
"A recarga não é suficiente para um mês", lamenta Cortez. "A
nossa expectativa é a adutora que o Dnocs está instalando e que deve ser
concluída em 60 dias".
O
diretor da Cagece chama a atenção para o fato de que, mediante a crise, os
moradores se adaptaram, reduzindo o consumo de água. Já os técnicos dos órgãos
envolvidos em assegurar a distribuição de água para as famílias, encontraram
alternativas e soluções efetivas que servem, hoje, de modelo. "Essa crise
que vem desde 2012 está sendo um aprendizado para todos nós", pontuou.
"Para cada realidade temos um plano de ação". (Diário do Nordeste)
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