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Inez Pereira de Melo, 50 anos, paga promessa feita para a cura do vizinho, Jefferson Fialho. FOTO: Fernanda Siebra |
Moro no
Rio de Janeiro há 20 anos, mas foi necessário, tinha que fazer
isso. No mesmo dia em que fui pegar a água, a mãe dele me ligou pela manhã
chorando muito, falando que os médicos tinham dito que só Jesus mesmo. Ele não
estava mais andando, bem debilitado mesmo.
Era
uma sexta-feira quando cheguei ao Rio. No domingo, fui visitar o Jefferson.
Chegando ao hospital, perguntei: 'Meu filho, você tem fé? Você crê? Porque eu creio que meu padrinho Cícero vai lhe
tirar daí'. Ele respondeu: 'Eu creio, mas no momento estou
pedindo é pra morrer'.
Então
conversei com ele dizendo que tinha
trazido a cura. 'Olha, Jefferson, eu acredito que você vai
beber essa água e ficar bom. E tem mais: quando isso acontecer, vai escrever
uma carta com o diagnóstico do que sentiu para eu levar pro meu padrinho. Você
faz isso?'. Ele disse, 'eu faço'.
E
foi ele mesmo que escreveu a carta porque falei para o meu padrinho que eu ia
levar a água, ele ia ficar bom e eu ia cumprir a promessa usando a batina do
padrinho. E assim eu fiz. Ele superou totalmente a meningite. Da forma como ele
estava, os médicos não acreditaram no que aconteceu. Disseram que ele foi curado.
Eu
já sabia da tradição de escrever cartas porque sou de Juazeiro. Fui criada numa
família muito católica, assim como o meu marido. Todo dia 20, íamos à missa para rezar para o
padrinho. E já testemunhei muitas graças. Por exemplo: meu
filho era pequeno quando teve icterícia.
Naquela
época, não era algo tão comum, então o povo falava que ele ia morrer. Falei:
“Ele não vai morrer. Tenho fé no meu padrinho, sempre acreditei nele”. Rezei para
ele e hoje meu filho, também Cícero, está com 28 anos, curado, bem de saúde.
A
minha vinda para o Rio de Janeiro também foi muito difícil. Foi durante a perda
da minha mãe, você não sabe o sofrimento que eu estava passando. Roguei a ele,
ajoelhada: 'Meu padrinho, mostra um meio de meu esposo poder viajar', porque
ele estava desempregado e tinha um irmão lá na cidade. Pedi a ele que desse tudo certo. E aconteceu.
Hoje,
estou pedindo para ir embora, voltar para a minha terra. E ele é tão bom que,
falando na intimidade com ele, fiquei sabendo que ganhei uma casa em
Juazeiro. Espero
retornar logo. Meu esposo e eu a gente já estamos nos
organizando para aproveitar essa bênção.
O
que eu acho é que temos que ter fé e acreditar que vai acontecer. Se você faz um pedido a meu padrinho e você
tiver essa fé, a coisa vai dar certo. Acredito que, se você
pedir e crer que vai ser realizado, esse pedido vai se concretizar.
Tem
muita coisa que meu padrinho faz milagre. Muita. Quando vão visitá-lo, na
própria cidade dele, tem gente que nem acredita. Eu fico emocionada, maravilhada, porque ele não
é brincadeira, não.
Hoje
minha história é marcada por esse fervor que trago no coração, que não vai
passar nunca. Meu filho, abaixo de Deus, foi curado por ele; meu vizinho, Jefferson,
também. Meus
caminhos estão sempre abertos para andar com ele".
*
Depoimento de Inez Pereira de Melo ao repórter Diego Barbosa do Diário do
Nordeste
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