Os
acidentes que acontecem nas BRs do Ceará apresentam 5% a mais de chance de
resultar em óbitos se comparados às ocorrências em vias municipais, que têm
apenas 1,8%. O dado faz parte do Relatório Anual de Segurança Viária de
Fortaleza, divulgado na última quarta-feira (18).
Conforme
o documento, as rodovias federais induzem “maiores velocidades ao condutor, o
que pode estar relacionado com maiores riscos de mortalidade”. Além disso, o
coordenador da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global, Dante Rosado,
acrescenta que a geometria das vias também contribui para a gravidade dos
acidentes.
"Além
da alta velocidade, não temos boas estruturas para o pedestre e para o
ciclista. Os pedestres, com dificuldade de travessia, acabam por fazê-la fora
da passarela. Essa combinação de velocidade alta e ausência de infraestrutura
adequada para usuários mais vulneráveis acaba fazendo com que, quando ocorre um
acidente nessas vias, ele tenda a ser mais grave", observa Rosado.
Segundo
a superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(Dnit), Líris Silveira, o órgão está investindo em novas passarelas como
alternativa para reduzir o número de ocorrências. “Nesse projeto, já
contratado, são 25. Estão sendo colocados em trechos urbanos. Se as desapropriações
ocorrerem no tempo a que gente espera tudo ficará pronto até o final de 2020.
Serão instaladas na BRs 020, 222,116 e anel viário".
Do
número de feridos, mais de 90% têm entre 18 e 59 anos, e o homem jovem e
motociclista é o perfil que mais se envolve em acidentes em Fortaleza. A
secretária municipal da Saúde (SMS), Joana Maciel, aponta os impactos nas
vítimas. “Eles deixam de trabalhar, depois dos acidentes, e muitos são pais de
família”, pondera. (G1 CE)
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