O
Ceará começou a produzir, em agosto, a maior pá eólica já fabricada no
hemisfério Sul. Com 74 metros de comprimento, as novas pás fabricadas pela
Aeris irão equipar geradores de usinas da multinacional Vestas no Brasil. E,
posteriormente, a depender da demanda, as peças poderão ser enviadas para o
mercado externo.
Como,
normalmente, essas peças medem entre 50 e 60 metros, a Aeris, instalada no
Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), teve de investir cerca de R$
100 milhões em infraestrutura para desenvolver a nova peça. A expectativa é que
as novas pás comecem a ser despachadas, por via terrestre, a partir do fim de
novembro.
"A
produção dessa pá é um marco para nós da Aeris. É um projeto que se iniciou há
pouco mais de um ano, mas ainda temos muitos desafios pela frente. De todo
modo, isso mostra que nós, brasileiros, somos capazes de enfrentar e entregar
qualquer desafio", avalia o presidente da Aeris, Alexandre Negrão. Em
2016, a empresa ampliou a fábrica e hoje gera cerca de 3,5 mil empregos diretos
no Cipp.
Investimento
A
construção de um novo galpão, aquisição de equipamentos e treinamento da equipe
estão entre os investimentos realizados pela empresa. "Hoje, nós somos os
únicos no Brasil com capacidade instalada de produzir essas pás", diz Mauro
Castroli, analista do departamento de comunicação corporativa da Aeris. Durante
11 meses, mais de 30 profissionais da empresa foram capacitados para participar
do processo de fabricação da nova pá eólica.
Segundo
Castroli, as primeiras pás ainda estão em fase de testes, mas a produção irá
prosseguir até os primeiros envios. "A gente estima que em novembro ou
dezembro comecem os envios. Até lá, estamos em uma fase de amadurecimento para
montar o procedimento logístico", diz. "Mas em 2020, já estaremos produzindo
e enviando".
As
novas pás serão instaladas em geradores com potencial de geração em torno de
4,2 megawatts (MW), quase duas vezes superior aos maiores em operação no País.
Exportação
Além
do início da produção da nova pá de 74 metros, a Aeris atingiu, em agosto, a
marca de 1,5 mil pás eólicas exportadas desde o início de sua operação, em
2010. As peças, embarcadas por meio do Porto do Pecém, são destinadas
principalmente para os Estados Unidos.
"Uma
das maiores pás eólicas do mundo acaba de ser construída aqui, dentro do
Complexo do Pecém. Quando você reflete sobre esse feito, percebe o tamanho do
potencial das empresas instaladas aqui", diz Danilo Serpa, presidente do
Cipp.
Segundo
Carlos Alberto Alves, gerente da Tecer Terminais Portuários, empresa que
realiza a operação de embarques de pás no Pecém, o Porto já está preparado para
movimentar as novas pás, assim que houver demanda do mercado externo. (Diário
do Nordeste)
Postar um comentário