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Operação da Polícia Civil e Cagece identificou o furto de água na zona rural de Acopiara. FOTO: WANDENBERG BELEM |
Como
alternativa para garantir acesso hídrico aos acopiarenses, o Governo do Estado
construiu uma adutora, do reservatório Trussu até a cidade de Acopiara, com 40
km de extensão. No entanto, este equipamento tem sido alvo de ações criminosas,
trazendo ainda mais obstáculos para a segurança hídrica de Acopiara. Ao longo
de toda a extensão da adutora, criminosos estão afrouxando as braçadeiras da
adutora. "Com isso, ocorre um vazamento da água que pode ser utilizada em
benefício de rebanhos, como também para irrigar campos de pastagem",
explica o coordenador administrativo da Companhia de Água e Esgoto do Ceará
(Cagece), Sérgio Luiz. Ele pondera que esta prática visa "ludibriar"
o sistema de identificação de crimes. "É normal que ocorra queda de vazão
até a chegada na estação de tratamento por vazamentos inerentes ao equipamento,
o que não é comum, nem legal, é que este vazamento seja forçado pela ação do
homem. Então, eles afrouxam as peças numa tentativa de simular que o vazamento
foi espontâneo", clareou o coordenador. Ainda conforme Luiz, este tipo de
crime "é comum no período de estiagem" e que o grande desafio do
órgão tem sido coibir essa prática.
Fiscalização
Na
tarde de ontem (4), um grupo composto por membros da Cagece e policiais civis
de Acopiara fizeram uma inspeção em áreas denunciadas por moradores. Na
localidade de Quincôe, na zona rural de Acopiara, distante cerca de 30 km da
sede do Município, as equipes atestaram o furto de água. O delegado Glauber
Ferreira, que acompanhou a operação, garantiu que a Polícia já tem pistas do
suspeito, "mas que a identidade será mantida em sigilo até constatar o
aspecto doloso do crime". A Cagece não revelou quanto, em litros, foi furtado
na adutora, contudo, Sérgio garantiu que o crime "compromete o
abastecimento de toda a cidade".
Diante
do baixo nível do reservatório Trussu, o Município passa, atualmente, por
rodízio de água. "Com esses furtos, esse calendário é afetado. Ainda não conseguimos
mensurar quanto foi furtado, mas os danos à população podem ser graves",
disse.
O
trabalho de inspeção da adutora terá continuidade nos próximos dias, contudo,
Sérgio Luiz reforça que, "devido à extensa área do equipamento, a denúncia
da população é fundamental para coibir este crime". Glauber reforça que,
caso seja constatado o dolo, o suspeito poderá ser indiciado por furto e por
dano ao patrimônio público, este último, com pena de detenção de um a seis
meses ou multa, conforme preconizado pelo Código Penal brasileiro.
Medidas
Além
de intensificar a fiscalização, a Cagece informou que aplicará uma tinta
especial em todas as braçadeiras da adutora. A medida visa identificar quando o
equipamento for danificado de forma proposital. Luiz reforça ainda que as áreas
mas propícias ao furto de água são em áreas próximas a propriedades rurais. (Diário do Nordeste)
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