Atendimento no Centro de Zoonoses de Iguatu. Ele é um dos poucos no Estado. São 9 em 184 municípios. FOTO: Honório Barbosa |
Faltam
profissionais
O
baixo número de CCZ está ligado diretamente ao quantitativo de médicos
veterinários no interior. Com este cenário decadente, os Centros não conseguem
cumprir com o papel de prevenir e controlar as zoonoses (raiva, calazar,
arboviroses e doença de Chagas) através do desenvolvendo de sistemas de
vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental em saúde.
"Não
se faz controle de zoonoses sem o médico veterinário e sem condições adequadas
de trabalho", criticou Célio. Hoje, 136 municípios contam com registros de
médicos veterinários em instituições públicas, no entanto, esse número há bem
pouco tempo era pior. Em 2016, 61 cidades não possuíam nenhum profissional
registrado. O avanço se deu a partir de uma recomendação do CRMV aos municípios
cearenses. Apesar disto, Pires destaca que a maioria estão sob vigência de
contratos temporários, quando o ideal seria a realização de concursos.
Para
o Conselho de Medicina Veterinária, o diminuto número de profissionais e a
situação precária dos centros, com o agravante de apenas nove cidades disporem
do serviço, deve-se "ao descaso dos gestores que não entendem a
importância de investimento na atenção básica de saúde".
A
secretária de Saúde de Quixadá, Juliana Câmara, contesta a informação do
presidente do CRMV que inclui o Município na lista dos que possuem serviços
deficitários. "A unidade funciona normalmente, realizando exames,
eutanásia dos animais nos casos extremos, dentro dos critérios legais, e a
unidade permanece limpa e em condição de acolher animais", rebateu.
Castração
Desde
2015, os CCZ tiveram impedimento legal para abrigar animais de ruas que não
portassem nenhuma zoonose. "Não podemos mais recolher os animais de rua.
Quando há solicitação, a equipe comparece, realiza teste de triagem e coleta
para sorologia, além de aplicar vacina antirrábica", explicou Igor
Holanda, coordenador e médico veterinário da unidade de Iguatu, que dispõe de
apenas um veterinário. Com isso, cresceu a quantidade de animais, sobretudo
gatos e cães, em situação de abandono. Com maior número de bichos nas ruas,
maior a probabilidade de infecção e transmissão de doenças. Holanda defende a
castração de cães e gatos como medida a longo prazo para a redução do número de
animais de rua. Representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs) também
concordam. (Diário do Nordeste)
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