A
moradora cearense Noeme da Silveira chega aos 114 anos de idade com uma lição
para quem quer atingir a longevidade: uma alimentação regrada com orientação
médica e o cuidado que recebe de familiares. Moradora de Caucaia, na Região
Metropolitana de Fortaleza, a idosa Noeme da Silveira Freitas é natural de
Fortaleza e nasceu no dia 7 de setembro de 1905. Um comerciante da cidade
reivindica Noeme como a mulher mais velha do Brasil.
De
acordo com pesquisa atualizada em 2019 do site Gerontology Research Group
(Grupo de Pesquisa em Gerontologia), a pessoa brasileira mais velha já
registrada é Maria Gomes Valentim, que faleceu aos 114 anos de idade, em 2011.
Assim, dona Noeme seria a mulher brasileira mais velha a estar viva no Brasil.
A
idade avançada da idosa chamou a atenção do comerciante José Braga, que logo
tratou de tentar repercutir a história da idosa. "Ela é motivo de orgulho
para o povo de Caucaia. Fiz de tudo para repercutir, pois ela merece o
reconhecimento", diz.
Cuidados
A
saúde da idosa é acompanhada de perto por médicos de Caucaia. Segundo
Elizabeth, dona Noeme não possui graves problemas de saúde. Com taxas de
colesterol e pressão arterial consideradas normais pelos profissionais, a única
enfermidade de dona Noeme está em um problema na glândula tireoide, mas a filha
não soube identificar qual é a doença especificamente.
Quanto
à alimentação, a rotina é regrada com variações entre frutas, sopas e canjas.
De acordo com a filha, ela só pode comer carne vermelha uma vez por semana, por
orientação médica.
Dia
a dia
Assistida
de perto pela filha Elizabeth, de 74 anos, dona Noeme considera a filha, que
não vive a experiência de cuidadora pela primeira vez, uma santa. "Já
cuidei de quatro: do meu pai, meus dois irmãos com deficiência e agora ela. Eu
perdi minha mocidade só cuidando deles, mas valeu a pena. Eles são sagrados
para mim", afirma.
Dona
Noeme ficou viúva ao ver o marido falecer aos 98 anos de idade. A filha conta
que o relacionamento deles fui duradouro, começando ainda na adolescência.
"Meu pai trabalhava perfurando poço perto da casa da minha avó e, por
isso, fez amizade com minha mãe. Depois que saíram do colégio, ele se apaixonou
e pediu logo em casamento", diz.
O
matrimônio contrariou a infância da então jovem Noeme. Logo aos dois anos de
idade, ela foi levada a um convento no município de Canindé, no sertão
cearense, onde permaneceu até os 18 anos.
A
rotina de trabalho de dona Noeme era dura. Ela escolheu a costura como
profissão para somar ao marido, que, como servidor público, não conseguia renda
suficiente para manter os sete filhos.
Há
15 anos, a idosa perdeu a capacidade de se locomover normalmente. Foi quando,
além de cuidadora, Elizabeth virou a 'santa' da mãe. Segundo a filha, o
restante da família não presta tanto apoio, a não ser os quatro filhos que
ainda estão vivos. "Os bisnetos não vêm muito aqui. No último aniversário
dela, chamei todo mundo, mas vieram poucas pessoas. Por isso que ela vive
falando que se não fosse eu, ela estaria abandonada". (G1 CE)
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