O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o assassinato de um adolescente de 14 anos ocorrido no fim da tarde desta terça-feira (18), no bairro Barra do Ceará, em Fortaleza. O jovem, identificado como Jefferson Brito Teixeira, era coroinha da Paróquia São Pedro e foi morto a tiros enquanto caminhava no cruzamento da Travessa Pedro com Rua São Pedro. 

A Paróquia São Pedro, onde a vítima frequentava, lamentou a morte do jovem  por meio de suas redes sociais. “Com muito pesar, a Paróquia São Pedro comunica o falecimento do jovem de 14 anos, Jefferson Brito Teixeira, coroinha da Matriz. Fez sua Páscoa hoje, 18 de agosto de 2020, por volta das 18 horas, vítima da violência que atinge a Barra do Ceará. Oremos pela família, para que Deus possa confortar e acalentar neste difícil momento”.

O Frei João Antônio Flores, pároco da paróquia de São Pedro, disse para o Sistema Verdes Mares  que Jefferson era muito dedicado e sempre pronto para ajudar a comunidade. "Ele era um menino dedicado, esforçado e sempre pronto para servir a igreja. Chegava sempre cedo até mesmo antes do padre e preparava tudo inclusive quando havia festa na outra comunidade daqui da paróquia e ele estava sempre lá para ajudar e sempre disponível", afirmou.

Suspeito identificado 
A Secretaria da Segurança Pública (SSPDS) informou por meio de nota que equipes da Polícia Militar (PMCE) foram acionadas, na noite de terça-feira, para atender a ocorrência de homicídio registrada no bairro Barra do Ceará. Conforme levantamentos iniciais, Jefferson de Brito Teixeira (14) foi morto por indivíduos na  Rua São Pedro. 

Segundo a SSPDS, o adolescente foi encontrado com lesões decorrentes de objeto contundente e disparos de arma de fogo. Um inquérito policial foi instaurado. A 8° Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ficará a cargo das investigações. As equipes policiais realizam diligências pela região no intuito de localizar um suspeito, que já identificado. 

Relato de testemunhas 
O frei relatou ainda que, a paróquia recebeu informações de que, a vítima teria ido para uma aula de capoeira e que a mesma teria sido cancelada. Na volta para casa, o jovem teria entrado em uma rua, quando foi abordado pelos suspeitos. O pároco relata ainda que, segundo testemunhas, ele foi espancado, apedrejado e teria recebido um tiro. 

“A gente tem que dizer que aqui prima a lei do silêncio. Se você falar, você morre. As pessoas que nos confirma que viram, houve testemunhas do assassinato. Tudo indica que segundo as notícias que nós temos daqui da paróquia é que o Jefferson teria ido para um encontro de capoeira. E esse encontro parece que foi cancelado. E por volta das 18 horas ele voltava para casa dele. Aí ele entrou numa rua e foi arrodeado, houve discussão e ele foi espancado, apedrejado e segundo testemunhas ele teria recebido um tiro, mas isso eu não posso confirmar”. 

Briga de facções na região 
De acordo com um funcionário da paróquia que preferiu não se identificar ele não tinha envolvimento com crimes.  “Ele não tinha envolvimento com crimes. Frequentava nossa paróquia há muito tempo.  Soube da notícia na noite de ontem [terça-feira] por meio do grupo e das redes sociais da paróquia. Um acontecimento triste para nossa comunidade. Todos estamos chocados”, disse.

Ainda segundo o funcionário, infelizmente o bairro vive sob o controle de facções criminosas. Ele relata que os moradores, mesmo sem envolvimento com crimes, podem atravessar algumas ruas, com medo de serem confundidos com criminosos. 

“Aqui hoje o bairro é dividido por facções. Aqui na paróquia é uma região comandada por uma facção. Aqui pertinho, apenas duas quadras já é de outra. Aí fica a confusão. Não podemos nem atravessar a rua e não conseguimos realizar nosso trabalho de maneira perfeita por conta da violência”, desabafou. 

Denúncias 
A população pode contribuir com as investigações repassando informações que possam auxiliar os trabalhos policiais. As denúncias podem ser feitas pelo número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), para o (85) 3257-4807, do DHPP, ou ainda para o número (85) 99111-7498, que é o WhatsApp do Departamento, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem.                      (Fonte: Diário do Nordeste)

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