14/02/2022
Apesar de variação inferior ao da prévia da inflação oficial (11,3%), os preços médios de bens e serviços para o Carnaval 2022 estão previstos ficarem 9,8% mais elevados. É a maior variação da cesta de itens desde 2016, conforme estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Dentre as altas a serem enfrentadas por brasileiros, estão produtos do famoso churrasco, o que contemplam carnes (12,9%), bebidas no domicílio (12,8%), refrigerante e água mineral (10%), cerveja (5,9%), outras bebidas alcoólicas (5,1%) e até o carvão vegetal (1,8%).
Até para quem gosta de beber um pouco a mais vai ter de enfrentar valores mais elevados na hora de tomar um gastroprotetor, pois o remédio tem previsão de encarecer 6% no período festivo.
E quem preferir comida fora de casa também deve se deparar com aumento médio de 8%. Bem como no deslocamento. A alta vai chegar a ônibus urbano (3,8%), táxi (1,1%), transporte intermunicipal (4,6%) e interestadual (1,7), além do estacionamento (1,2%). Nas cidades em que há pedágio, o encarecimento é estimado em 4,7%.
Para os viajantes, a notícia é de valores mais altos também. Isso porque a previsão é de preços elevados das passagens aéreas (23,4%), das hospedagens (5,9%) e dos pacotes turísticos (11,5%).
Quem decidir curtir na cidade, cinema, teatro e concertos no Carnaval 2022 estão com previsão de ficarem 2,6% mais caros. E se a preferência for por comprar instrumento musical, o item tem estimativa de inflacionar 9,7%.
Movimentação financeira no Carnaval 2022
Apesar de cenário ainda atípico, o Carnaval em 2022 deve ter uma movimentação financeira de R$ 6,45 bilhões, segundo projeção da CNC.
O volume de receitas ainda é 21,5% maior do que o registrado em 2021, quando as celebrações também foram suspensas, mas ainda está 33,7% inferior ao observado no Carnaval de 2020, realizado antes da pandemia ser decretada.
Enquanto, no ano passado, 20 governos estaduais optaram pelo cancelamento do feriado e dos pontos facultativos, neste ano, 11 das 26 capitais já confirmaram que manterão o calendário.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que, apesar de o Carnaval não ser feriado nacional, é o principal evento da agenda do turismo brasileiro.
"Independentemente das festas que, em sua maioria, foram adiadas ou canceladas neste ano, a decretação de feriado ou ponto facultativo, em níveis regionais, acaba movimentando o setor de forma significativa".
E as projeções reforçam essa relevância. De acordo com a Confederação, a expectativa para o período é que, mesmo sujeito a restrições, o segmento de alimentação fora do domicílio, representado por bares e restaurantes, movimente R$ 2,78 bilhões, seguido pelas empresas de transporte de passageiros rodoviário (R$ 1,55 bilhões) e pelos serviços de hospedagem em hotéis e pousadas (R$ 0,66 bilhões), cuja receita é parcialmente gerada de forma antecipada.
Juntos, os três segmentos responderão por mais de 84% de todo o volume financeiro produzido na data.
Recuperação gradual
O economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, avalia que a desaceleração da pandemia e a queda do isolamento social ao longo de 2021 viabilizaram a retomada gradual da atividade econômica no turismo e que, após a segunda onda da doença, o volume de receitas do setor chegou a acumular alta de 57,5%, segundo o Índice de Atividades Turísticas, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Entretanto, os impactos adversos decorrentes da deterioração das condições econômicas e, principalmente, da chegada da variante Ômicron passaram a limitar o ritmo de recuperação do segmento no fim do ano passado", observa.
Para o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, apesar de ser um período de maior procura, a tendência é que os preços tenham uma variação inferior à prévia da inflação oficial, por conta do panorama incomum.
“No Carnaval de 2021, o preço médio da hospedagem recuou 8,9% em relação ao Carnaval anterior. Já em 2022, apesar da recuperação parcial do turismo, o preço médio deve subir 5,9%. Ou seja, os meios de hospedagem seguem mais baratos que no carnaval de 2020. Isso mostra que o setor tem se esforçado para manter os preços mais baixos, apesar da inflação, para atrair o turista”, afirma Sampaio.
Geração de vagas
A demanda por serviços turísticos ao fim da alta temporada deve gerar 16,5 mil empregos temporários entre janeiro e fevereiro deste ano, quase o dobro de 2021. O número, no entanto, ainda é 38% inferior ao registrado no último Carnaval antes da pandemia, quando foram oferecidas 26,3 mil vagas.
Fonte: O Povo
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