Foto: Thiago Gadelha

As filas de vacinação contra a Covid registram a falta dos cearenses jovens: apenas 42,8% do público entre 18 e 29 anos recebeu a aplicação do reforço do imunizante contra a Covid no Estado. A baixa adesão compromete a estratégia de proteção coletiva contra a doença em um período de aumento da circulação de doenças respiratórias.

O Ceará tem como meta de vacinação um grupo de 1.867.167 indivíduos da faixa etária entre 18 e 29 anos. Destes, 1.452.990 receberam a 1ª dose da vacina - o que representa 77,8%.

Esse número ficou em 72% na aplicação da 2ª dose, mas na 3ª etapa a queda foi expressiva. Só 800.644 jovens da faixa etária receberam e isso significa que mais da metade desta população não está com o esquema vacinal completo.


Os dados são do Vacinômetro da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) com dados atualizados sobre a imunização até a terça-feira (24 de maio de 2022). O cenário indica que a faixa etária analisada tem o menor registro percentual da aplicação do reforço.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou alerta na última semana sobre a estagnação do crescimento da cobertura vacinal contra a Covid na população adulta. No cenário nacional, os jovens também são motivo de preocupação para os especialistas.

Isso acontece, no Ceará, em um contexto de falsa sensação de proteção, como avalia Kelvia Borges, coordenadora da Célula de Imunização da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).

"A gente acredita que os jovens por acharem que adoecem menos, e já ter recebido as duas doses do esquema, que não há essa necessidade de garantir o reforço", analisa.

Contudo, o risco disso está comprovado em estudos científicos que mostram queda do nível de imunização depois de 4 meses da aplicação da 2ª dose contra a Covid.

O processo está facilitado no Estado, com a possibilidade de receber as vacinas mesmo sem agendamento, como acontece em Fortaleza. "Há possibilidade de aumento de casos de Covid-19 e é uma vacina que está disponível", frisa Kélvia.

Comparando com a população adulta e de adolescentes, (os jovens) foi a faixa etária que demorou mais tempo para que a gente alcançasse as coberturas vacinais. Havia uma procura maior por idosos e os adolescentes compareceram em peso às unidades de vacinação"
KELVIA BORGES
Coordenadora da Célula de Imunização da Sesa

Fonte: Diário do Nordeste

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