20/10/2022

Por Redação Gazeta do Cariri

A evolução observada no Sistema de Recursos Hídricos do Ceará resultou em uma sólida estrutura institucional de gestão e uma expressiva infraestrutura hídrica de açudes, poços, adutoras e eixos de integração entre as bacias hidrográficas. O conjunto dessas ações ampliou a garantia de oferta hídrica e tornou o Ceará um Estado mais resiliente aos períodos de seca.

Visando manter essa resiliência, o Programa Cientista Chefe Recursos Hídricos, da Universidade Federal do Ceará, em parceria com a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) e suas vinculadas Cogerh, Funceme e Sohidra e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico (Funcap), vai lançar o Plano de Seca do Ceará, o primeiro do Brasil.

O Plano de Seca trata-se de um plano estratégico de curto prazo e operacional que define ações que mitiguem o impacto das secas na segurança hídrica do Estado do Ceará, em consonância com os processos e espaços de participação social estabelecidos na alocação negociada de água já existente.

Segundo o secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, o plano vai auxiliar na definição de várias ações que já são tomadas atualmente, como a alocação de água e vai facilitar para que novas ações possam serem tomadas de acordo com a necessidade.

De forma proativa, o Plano de Seca terá três pilares fundamentais: o monitoramento preventivo e a alerta precoce, a avaliação da vulnerabilidade e do impacto e a mitigação, planejamento e medidas de respostas. O planejamento de secas contempla diferentes escalas espaciais e finalidades como concessões de águas urbanas, sistemas de irrigação, de hidrossistemas, para o abastecimento hídrico de populações rurais difusas e para a agricultura de sequeiro.

O escopo de Plano foca na dimensão hídrica e aborda, dentro de seu âmbito operacional, duas escalas: regiões hídricas, fornecendo diretrizes, estratégias e informações para mitigação, preparação e resposta à situações de seca na bacia e hidrossistemas, a observar a oferta de água superficial e subterrânea e demanda hídrica, a fim de definir regras de alocação e níveis de seca com procedimentos associados à gatilhos entendidos para cada região.

Para a engenheira e professora da UFC, Ticiana Studart, o Plano de Secas já será inovador por ser o primeiro do Brasil. “Será um trabalho que vai ajudar a definir mecanismos e critérios de monitoramento, fiscalização e operação dos sistemas hídricos cearenses”.

O planejamento será operado a partir de uma estratégia metodológica formada por diagnóstico, da dimensão de percepções e memórias e identifica os impactos e vulnerabilidades; o planejamento, do âmbito da oferta, da demanda, cenarização dos estágios de seca, gatilhos e metas de resposta e a criação de um plano de ações, mobilizáveis em períodos de seca; e, por fim, a execução, com a implementação, monitoramento, avaliação e atualização.

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