06/02/2023

A Lojas Americanas fechou o Centro de Distribuição (CD) de Fortaleza. Desmontou a estrutura local e está levando para Recife. Empilhadeiras, por exemplo. Vai atender a capital cearense a partir de lá. A explicação para o encerramento de um CD é redução drástica de vendas. Enviar mercadorias de Pernambuco implica maior custo.

A rede vive crise sem precedentes. Na Folha de S. Paulo, o repórter Nicola Pamplona revelou que diretores estatutários da companhia venderam R$ 244,3 milhões de ações da empresa no segundo semestre de 2022.  A maior parte entre agosto e setembro.

As vendas ocorridas já nestes período reforça o indício de que a Direção da Americanas sabia da situação financeira grave, a redundar no pedido de recuperação judicial no último dia 19.

A Americanas é uma das maiores companhias no segmento do varejo no Brasil. Possui em todo o País mais de 1.700 lojas, 25 centros de distribuição e 200 hubs. No Ceará, existem mais de 70 unidades.

Diretores afastados
Na semana passada, a Americanas decidiu afastar ontem seis executivos e diretores da área financeira e contábil da companhia e de suas controladas para evitar que eles "contaminem" as investigações sobre o rombo bilionário que levou a varejista a pedir recuperação judicial.

Todos foram convocados para uma reunião, quando foram comunicados da dispensa. O período em que ficarão fora da companhia ou mesmo o retorno deles está condicionado à apuração das investigações.

"O conselho de administração da companhia deliberou, nesta data (ontem), afastar os diretores estatutários de todas as suas funções e atividades na companhia e suas controladas, durante o curso das apurações decorrentes do fato relevante publicado em 11 de janeiro de 2023 (quando a existência de "inconsistências contábeis" de R$ 20 bilhões veio a público), sem que o afastamento represente qualquer antecipação de juízo", diz trecho do comunicado divulgado ao mercado.

Carlos Alberto Sicupira e Paulo Alberto Lemann, filho de Jorge Paulo Lemann, integram o conselho de administração da Americanas No total, são sete membros, incluindo Eduardo Garcia, Claudio Garcia, Mauro Not (independente), Sidney da Costa (independente) e Vanessa Claro Lopes (independente).

A reportagem apurou que há suspeita de envolvimento dos executivos afastados no processo que desembocou na descoberta da fraude. Até pelo tempo em que permaneceram à frente da rede varejista. Eles pertencem à gestão de Miguel Gutierrez, que ficou na varejista por 30 anos (sendo 20 anos como CEO) e que até agora não deu nenhuma explicação - apesar de o rombo se referir aos balanços dos últimos anos. Esses diretores já estavam sem acesso à contabilidade da empresa e a e-mails corporativos desde o dia 11 de janeiro.

A crise envolvendo a Americanas também foi parar na Justiça, com os bancos credores cobrando as dívidas não pagas. A companhia pagava fornecedores por meio de uma triangulação com os bancos, mas os pagamentos não foram devidamente dimensionados e realizados, gerando o rombo.

Fonte: O Povo

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