Um farmacêutico e um bioquímico estão entre os alvos da Operação Expurgo, deflagrada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), com apoio da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), nesta terça-feira (23 de janeiro de 2024), por suspeita de integrarem uma quadrilha que teria faturado mais de R$ 1 milhão com assaltos a agências bancárias e casas lotéricas e sequestros, no Interior do Estado.

O MPCE identificou crimes cometidos pela quadrilha desde outubro de 2022, quando uma lotérica no Município de Madalena foi roubada. Em março do ano passado, o grupo criminoso colocou em prática a ação criminosa conhecida como 'sapatinho': sequestrou o gerente de um banco de Boa Viagem e, com ele refém, conseguiu sacar R$ 1 milhão dos cofres da agência bancária.

"Essa prática é famosa há muito tempo: os criminosos 'copiam' a rotina do gerente e da sua família, os sequestram, fazem ameaças e obrigam que eles entreguem o dinheiro. Eu não posso entrar em mais detalhes, mas posso dizer que a instituição bancária não adotou todos os protocolos de segurança recomendados", explicou o titular da 2ª Promotoria de Justiça de Boa Viagem, Alan Moitinho.

Depois, a quadrilha sequestrou um empresário da região e obteve mais R$ 500 mil; e tentou roubar R$ 200 mil de um comércio. No último dia do ano passado, 31 de dezembro, os assaltantes sabiam da alta movimentação financeira em uma lotérica de Boa Viagem e tentaram uma nova ação criminosa. A Polícia Militar do Ceará (PMCE) interveio e prendeu dois suspeitos, enquanto os seus comparsas fugiram.

A Operação Expurgo cumpriu mandados de prisão preventiva contra dois suspeitos, nos municípios de Caucaia e Novo Oriente, nesta terça-feira (23). Outros dois mandados de prisão não foram cumpridos, e os alvos viraram foragidos da Justiça. O nome dos suspeitos não foi divulgado.

Cinco mandados de busca e apreensão também foram cumpridos pelos promotores de Justiça e pelos policiais civis, em Boa Viagem, Caucaia, Novo Oriente e Independência. Segundo Alan Moitinho, aparelhos celulares, computadores e outros eletrônicos foram apreendidos e serão analisados pela Inteligência da Polícia.

QUADRILHA OSTENTAVA E 'LAVAVA' DINHEIRO
A maioria dos suspeitos de integrar a quadrilha mora na região onde aconteciam os crimes e se aproveitava do dinheiro obtido com assaltos e sequestros para ostentar e realizar lavagem de dinheiro. "Eles começaram a comprar carros luxuosos, jet ski, farmácias e outros estabelecimentos da região, para 'lavar' o dinheiro", revelou o promotor de Justiça Alan Moitinho.

O representante do Ministério Público afirmou ainda que muitos membros do grupo criminoso não tinham antecedentes criminais e alguns deles tinham até se graduado em cursos de Nível Superior, como Farmácia e Bioquímica. "São pessoas que não viviam o mundo do crime, mas começaram a praticar esses atos. A cidade toda passou a saber desse grupo. Mas nós trabalhamos de forma sigilosa e conseguimos um resultado efetivo", concluiu Moitinho.

Fonte: Diário do Nordeste

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