07/02/2024

De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), a previsão é que exista 850 novos casos de leucemia no estado do Ceará entre os anos de 2023 e 2025. Neste mês, a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce da leucemia e a sensibilização da população sobre a necessidade da doação da medula óssea ganha destaque com a campanha Fevereiro Laranja.

A leucemia está entre os dez tipos de câncer mais frequentes no Brasil e é uma doença maligna dos glóbulos branco (leucócitos) que tem como principal característica o acumulo de células doentes na medula óssea, impedindo a formação de células saudáveis. Os tipos de leucemia são divididos em agudas e crônicas e tem 12 categorias no total, sendo os quatro primários: leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (LLC).

Um dos tópicos levantados pela campanha é a importância de diagnosticar a doença quanto antes. Dessa forma, é essencial observar os primeiros sintomas que surgirem, como cansaço, fadiga, infecções, sangramentos (principalmente gengivais e nasais) e hematomas roxos pelo corpo, e ir até hospital realizar os exames necessários. Alguns exames são o hemograma, incluindo exames de bioquímica, de coagulação, de mielograma, imunofenotipagem e cariótipo, sendo exames de medula óssea.

Alguns dos fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença é a exposição à radiação, ao benzeno e também aos agrotóxicos. A hematologista Suzanna Tavares, do Instituto de Câncer do Ceará (ICC), afirmou que existe uma predominância de pacientes com leucemia que tem contato com áreas que tem uma forte atuação do agronegócio, já que existem maiores taxas de agrotóxicos.

A médica ainda afirma que não tem existem métodos de prevenir a doença. Ela cita que existem as profissões que trabalham com radiação que possuem as quantidades limites recomendadas de exposição para não haver riscos, mas que em outros casos, não existe um fator que determina a prevenção da doença.

O tratamento referente a doença varia a depender do tipo de leucemia, podendo ser medicamentos orais simples até quimioterapias mais intensivas com a intenção de anular as células cancerígenas e retornar à produção das células sadias.

DOAÇÃO

De acordo com dados do Inca, no ano de 2020, ocorreram, no Brasil, 6.738 óbitos pela doença. O transplante de medula óssea é a principal forma de obter a cura da leucemia, o que é um das pautas levantadas pela campanha do Fevereiro Laranja. Inicialmente, é indicado investigar se na família existe um doador compatível. Caso não seja encontrado, é registrado a necessidade em um banco de medula.

A hematologista Suzanna cita o projeto Caçadores de Medula, que trabalha nas redes sociais em busca de doadores e na conscientização, e conta um pouco sobre as famílias que se mobilizam para encontrar um doador compatível:

“O transplante realmente faz parte do tratamento e acaba tendo uma sensibilização da família. Algumas famílias tem um apelo maior nas redes sociais e acabam sensibilizando, realizando muitas campanhas e uma adesão maior de doadores.”

Destaca-se a importância da doação de medula óssea, já que a chance de encontrar doadores compatíveis é relativamente baixa. Para ser doador basta ter entre 18 e 35 anos, apresentar boas condições de saúde, não ter apresentado ou estar em tratamento de câncer, doenças no sangue, no sistema imunológico ou ainda doenças infecciosas e se cadastrar em um hemocentro.

O doador realiza uma coleta de 5 ml de sangue para teste de compatibilidade e o resultado fica arquivado no cadastro de medula óssea. Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), coordenado pelo Inca. Caso o doador seja compatível com algum paciente da lista de espera, ele será convidado a fazer a doação. Por isso, também é importante os doadores manterem seus dados atualizados.

Adriele Ribeiro/Especial para Opinião CE

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