As empresas Cagece e Ambiental Ceará querem aumentar redes de esgoto na RMF de Fortaleza e do Cariri. Foto: Esdras Nogueira/Ambiental Ceará

Juazeiro do Norte e Caucaia são as piores cidades do Ceará em relação à cobertura de saneamento básico.

A primeira cidade, localizada no Cariri cearense, tem 23,41% de cobertura. A segunda, que fica na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), tem um índice de 38,41%.

Os dados do Instituto Trata Brasil foram divulgados nesta quarta-feira (20 de março de 2024) e apontam que o Brasil ainda está longe de atingir a meta de universalização do saneamento para toda a população.

Os números de Fortaleza mostram que a capital tem 62,85% de cobertura - um pouco acima de Juazeiro e Caucaia, que estão no ranking das 20 cidades mais mal colocadas quando se trata de saneamento.

Entre as 100 cidades mais populosas do país, apenas três já cumpriram o objetivo da universalização: Maringá (PR), São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP). As piores foram Porto Velho (RO), Macapá (AP) e Santarém (PA).


Universalizar o saneamento básico significa garantir acesso à coleta e ao tratamento de esgoto para todas as pessoas. Pelo menos 100 milhões de habitantes - cerca de 44,2% - do país não têm sistema de esgoto funcionando, de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS 2021.

O investimento em saneamento básico pode gerar ganhos sociais de R$ 15 bi em dez anos, no Ceará.

Dados da pesquisa “Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento no Ceará” do Instituto Trata Brasil revelam o seguinte:

A ausência de coleta de esgoto traz problemas à saúde, com a incidência das doenças de veiculação hídrica e as enfermidades transmitidas por mosquitos;
As doenças causadas pela falta de água tratada e ausência do sistema de coleta e tratamento de esgoto acarretam prejuízos financeiros, com despesas privadas e públicas de saúde; e também prejudicam o mercado de trabalho, com o afastamento das pessoas de suas atividades profissionais;
Trabalhadores que residem em áreas sem saneamento básico têm a saúde mais precária e, com isso, acabam tendo um desempenho produtivo pior no mercado de trabalho e menos sucesso na carreira profissional. Isso acarreta, ainda, a diminuição da renda que eles podem obter;
Uma residência construída em área com saneamento básico, e devidamente conectada à rede de distribuição de água tratada e ao sistema de coleta e tratamento de esgoto, tem o valor elevado em mais de 35%, em comparação com as que não são ligadas a esses sistemas, de acordo com os dados da pesquisa do Instituto Trata Brasil;
A degradação ambiental causada pela falta de um sistema de coleta e tratamento de esgoto afasta os turistas, reduzindo as oportunidades de geração de negócios, emprego e renda nesse setor;
A expansão do saneamento resulta em investimentos na construção civil, que geram empregos diretos, indiretos e induzidos.

Fonte: g1 CE

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