A cultura protegida, feita sob estufas, cresce na região do Cariri, repetindo o que se passa na região da Ibiapaba (foto). Foto: Divulgação

09/06/2024

Quando novembro chegar, trará consigo a primeira edição da Expo Cariri, uma feira técnica e, também, de exposição dos produtos da agropecuária da região Sul cearense.

Promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), o evento reunirá, na cidade de Barbalha, produtores rurais dos 25 municípios caririenses, que ouvirão palestras de especialistas sobre os vários aspectos de sua atividade.

O presidente da Faec, Amílcar Silveira, disse à coluna do jornalista Egídio Serpa que, simultaneamente com a Expo Cariri, haverá o IV Encontro dos Produtores Rurais do Ceará, que dessa vez, em novembro, pretende – como nas edições anteriores – reunir 2 mil agricultores e pecuaristas daquela região.

Candice Rangel, presidente do Sindicato Rural de Brejo Santo, informou que o evento tem o objetivo, “primeiro, de unir todo o universo do agro caririense; segundo, transmitir ao produtor rural o conhecimento das novas tecnologias dos diferentes ramos da agropecuária”.

O Cariri cearense é uma área onde a agricultura tem registrado rápido crescimento. Além do solo, que é bem adequado à cotonicultura, como já mostraram as pesquisas, a região dispõe de grande reserva hídrica no subsolo. Produtores de algodão começaram a investir em terras caririenses.

Mas há outros ramos do agro que atraem a iniciativa privada para o Sul do Ceará. Exemplo: neste momento, o empresário Fábio Régis, dono do Sítio Barreiras, maior produtor de bananas do Nordeste, está a implementar na zona rural de Brejo Santo um projeto de cultura protegida – sob estufas – para a produção de tomates e outras hortaliças. Ele se declara satisfeito com os bons resultados do seu investimento, devendo amplia-lo proximamente.

Nesse empreendimento, Régis investe alguns milhões de reais, mas, pelo sorriso que abriu ao falar à coluna, percebe-se que o projeto é rentável. E deve ser mesmo, porque na região da Serra da Ibiapaba já foi implantado o equivalente a mais de 500 hectares de estufas, que produzem tomates e pimentões coloridos, utilizando fertilizantes e defensivos orgânicos.

A cultura protegida tem várias vantagens, uma das quais é o baixo uso de água. Outra vantagem é a ausência de insetos, o que também diminui o custo com defensivos.

A Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SPE), por meio de sua Secretaria Executiva do Agronegócio, tem um antigo sonho de construir, em Barbalha, um Centro de Desenvolvimento da Cultura Protegido. Esse projeto, porém, hibernou e quase nada se fala dele, apesar de haver o governo mantido contato com a Universidade de Wageningen para a transferência da tecnologia da cultura protegida, que ela domina.

A iniciativa privada, porém, adiantando-se à ação do governo estadual, avança com seus investimentos nessa nova área da atividade da horticultura cearense, à qual, além de Fábio Régis, aderiu a Itaueira Agropecuária, que, em seu sítio localizado em São Benedito, produz em 20 hectares pimentões coloridos sob estufas que serão comercializados pelas grandes redes de supermercados do país.

Fonte: Diário do Nordeste

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