De
acordo com o Ministério da Saúde, em dez anos o número de brasileiros com diabetes aumentou 61,8%. A
doença agora atinge 8,9% da
população – o que corresponde a quase 19 milhões de
pessoas. Diabéticos sabem que precisam monitorar uma série de aspectos, como o
que comem e o que bebem, além dos exercícios físicos que necessitam praticar.
Mas um estudo realizado nos Estados Unidos revelou que seis em cada dez
diabéticos deixam de fazer exames
oculares anualmente.
O
estudo analisou perto de dois mil pacientes com mais de 40 anos, portadores de
diabetes tipo 1 e tipo 2. Vale ressaltar que esse check-up anual da visão é
considerado fundamental justamente para que os portadores da doença não deixem
de enxergar no médio ou longo prazo. Esse cuidado pode prevenir até 95% da
perda de visão relacionada à doença.
De
acordo com o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care
Hospital de Olhos, em São Paulo, o paciente diabético deve dilatar a pupila
todos os anos e se submeter a um exame ocular minucioso. “O paciente diabético
pode apresentar problemas de visão a qualquer momento. Daí a importância de um
acompanhamento oftalmológico frequente. Como o comprometimento da retina pode ser assintomático, sem
alterações na qualidade da visão, o exame de
fundo de olho é fundamental para detectar pontos e vasos
sanguíneos propensos a romper e desencadear hemorragia. É sempre melhor
investir na prevenção do que correr atrás do prejuízo depois”.
Tratamento
Estudos
realizados nos últimos anos apontam para o sucesso das injeções intravítreas de antiangiogênicos em
pacientes com retinopatia diabética. Somente em casos raros há complicações,
como descolamento da retina, formação de catarata e aumento ou redução da
pressão intraocular.
“O
principal papel dos antiangiogênicos é a interrupção da perda de visão. Embora
seja difícil recuperar a visão perdida, as injeções intravítreas impedem a
progressão da doença, evitando que a pessoa acabe ficando cega. Com anestesia
local e pupilas dilatadas, a injeção é aplicada diretamente no vítreo, camada
gelatinosa localizada entre a retina e o cristalino”, diz Neves.
Esse
tratamento precisa ser repetido em intervalos regulares para atingir resultados
duradouros. Além disso, o paciente deve usar colírios antibióticos durante
cerca de trinta dias. Ensaios clínicos demonstram melhora em até 34% da
visão central e estabilização da visão em 90% dos casos. (Diário do Nordeste)
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