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FOTO: Marcos Studart |
O
assunto foi discutido em reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO), que
avaliou um conjunto de medidas para reduzir despesas obrigatórias (como
salários, aposentadorias e pensões) e abrir espaço no teto de gastos
(dispositivo previsto na Constituição que impede o crescimento das despesas
acima da inflação) na proposta de Orçamento de 2020.
Com
essa diminuição das despesas obrigatórias, o governo poderia aumentar os
chamados gastos discricionários (aqueles que são tradicionalmente
contingenciados e que incluem custeio da máquina e investimentos).
A
suspensão das novas contratações do Minha Casa Minha Vida por um período pode
garantir uma economia de despesas de R$ 2 bilhões.
No
caso do Sistema S, além do corte dos recursos anunciado no início do governo
Bolsonaro, o que está em discussão é repassar uma parcela da arrecadação para
bancar alguns grupos de despesas, principalmente aquelas voltadas para
qualificação.
As
duas propostas, porém, enfrentam resistências e não há definição. Uma das
preocupações com o Sistema S é o risco de transformação de uma espécie de
“orçamento paralelo”.
Como
o Orçamento de 2020 tem de ser enviado nesta sexta-feira (30), ao Congresso, o
mais provável é que o projeto não conte ainda com o impacto das
medidas que estão sendo estudadas - boa parte delas depende de medidas
legais que precisam de ser aprovadas pelo Congresso.
Na
reta final da elaboração da proposta orçamentária para 2020, o governo prepara
medidas para reduzir as despesas obrigatórias em mais de R$ 10 bilhões.
Mas
o valor ainda é insuficiente, e a equipe econômica busca saídas para conseguir R$
15 bilhões adicionais para as despesas discricionárias.
A
maior parte das medidas deve ser feita via medida provisória, que tem vigência
imediata. Uma reunião foi realizada na última quinta-feira (29), no
Palácio do Planalto para tentar definir ações adicionais e fechar as contas do
ano que vem.
Entre
as medidas, o governo quer propor o congelamento das progressões de 334 mil
servidores civis nas carreiras do Executivo (66,5% do total) para economizar
cerca de R$ 2 bilhões.
Outra
medida é o fim do adicional de 10% da multa rescisória sobre o FGTS
pago pelas empresas. Hoje, as empresas pagam 50% de multa nas
demissões, 40% ficam com o trabalhador e os outros 10% vão
para os cofres da União, que repassa os recursos para a administração do fundo.
Por
ano, esses 10% correspondem a R$ 5,4 bilhões pagos pelas empresas,
dinheiro que passa pelo Orçamento e consome espaço do teto de gastos.
Não
há mais cortes que possam ser feitos “na caneta” do presidente Jair Bolsonaro
para adequar o Orçamento de 2020 ao teto de gastos e desafogar os ministérios,
segundo uma fonte. Qualquer iniciativa que resulte em alívio nas despesas
obrigatórias precisará ser feita por meio de lei. (Estadão)
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