![]() |
Ônibus foram incendiados no pátio da Prefeitura de Jucás, no interior do Ceará, em meio a onda de ataques no estado |
O
Governo do Estado não divulgou o que motivou a onda de ataques. Fontes ligadas
ao sistema penitenciário do Ceará afirmam ao G1 que a descoberta de um plano de
resgate de presidiários e o isolamento dos detentos que iriam fugir gerou a
reação dos criminosos.
Em
um dos ataques, o caminhoneiro Kelvin Alves, 37 anos, sofreu queimaduras quando
arremessaram uma substância inflamável e atearam fogo no veículo que ele
conduzia. Alves dormia dentro do caminhão na Avenida Vicente de Castro e
acordou o susto. Ele foi atendido em um hospital e passa bem.
Desde
a sexta-feira (20), foram registrados pelo menos 29 ataques no
estado contra prédios públicos e privados, transportes coletivos,
caminhões, carros particulares, uma torre de telefonia e uma loja revendedora
de veículos.
Duas
pessoas ficaram feridas durante as ações. Até a noite de segunda (23), a
polícia capturou dez suspeitos de envolvimento nos atentados. Ainda não há
informações sobre feridos e pessoas detidas nesta terça-feira. O Governo do
Estado convocou os policiais militares de férias para reforçar a segurança no
estado.
Durante
os cinco dias de ataques, três ônibus de transporte coletivo, três carros da
empresa Enel, um veículo da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), três
ônibus escolares e um caminhão de coleta de lixo foram incendiados no estado.
No
sábado (21), uma torre de telefonia foi atacada no Bairro Messejana, em
Fortaleza. Já na segunda-feira (23), 15ª Unidade do Juizado Especial Cível e
Criminal, no Bairro Vila Velha, também na capital, onde criminosos detonaram
uma bomba caseira.
Por
conta das ações, a frota de ônibus de Fortaleza e da Região Metropolitana foi
reduzida. Nesta terça-feira (24), 70% do total habitual de coletivos circula em
Fortaleza, e parte deles com escolta policial. Com a redução da oferta, as
paradas de ônibus estão lotadas na manhã desta terça-feira.
Conforme
o Sindicato Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará
(Sindiônibus), todas as linhas estarão disponíveis, contudo, algumas devem
mudar a rota.
![]() |
Ônibus saem dos terminais escoltados por policiais em Fortaleza. FOTO: Marina Alves |
Motivações
Segundo
informou uma fonte do sistema penitenciário ao G1, uma das possíveis motivações para a
sequência de ataques é que agentes de segurança impediram uma fuga em massa de
um presídio em Aquiraz, na Grande Fortaleza. O plano foi
descoberto em um papel na boca de um detento.
Ainda
conforme a fonte, os internos que iriam fugir passaram por um regime disciplinar
mais rigoroso, com vistorias nas celas e permanência em áreas isoladas da
detenção.
Pelo
WhatsApp, o secretário da Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque, e o
chefe da PM no Ceará, Alexandre Ávila de Vasconcelos, pediu que as equipes de segurança
ficassem em alerta. "Mais uma vez
o Estado está sob ataques, tudo indica. Temos que novamente mostrar
que o estado não cederá nenhum milímetro", afirmou Mauro Albuquerque.
Policiais
militares de férias vão ser convocados para retornar às atividades, e
servidores que estavam em cursos tiveram as aulas suspensas para reforçar o
policiamento ostensivo, informou a secretaria.
O
governador do Ceará, Camilo Santo, afirmou que "não iria recuar" das
medidas mais rigorosas nos presídios do estado. "Não recuaremos em
absolutamente nada nas medidas que foram tomadas até aqui. Muito pelo
contrário, seremos cada vez mais rigorosos com quem desrespeitar a lei. A
possibilidade do retorno às regalias nos presídios é zero". (G1 CE)
Postar um comentário