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Organizações de defesa dos direitos LGBTI+ organizaram ato em frente a pizzaria na noite deste domingo (15) na Praça da Sé, no Centro |
Uma
manifestação aconteceu na noite de ontem (15), na Praça da Sé, em Crato, contra
o proprietário de uma pizzaria que teria dito palavras de cunho homofóbico. A
mensagem, que teria sido dita em áudio transmitido em um aplicativo de
mensagens, tomou conta das redes sociais no último final de semana.
Ao todo, 26 organizações, a maioria de apoio às causas LGBT, participaram do
ato. Segundo os organizadores, 2 mil pessoas estiveram presentes.
No
áudio, o empresário teria dito o seguinte: “O que o Bolsonaro faz aqui em
oito meses, se o Lula ficasse mais trinta não ia fazer. Ele ia virar isso aqui
em uma Venezuela, numa Bolívia, como tá acontecendo lá (…) Tem que acabar
com ‘viados’, matar esses safados, esses ‘viados’ ‘tudinho’’. A reportagem
tentou contato por telefone, mas as ligações não foram atendidas.
A
mensagem causou revolta dos movimentos sociais que retransmitiram o áudio
durante a manifestação em um carro de som, em frente ao estabelecimento do
empresário. Com cartazes, faixas e gritando palavras de ordem, o ato aconteceu
após a missa e durou duas horas. “Muitos heterossexuais participaram dando
apoio, solidariedade”, enfatiza André Lacerda, representante da Associação em
Defesa e Cidadania dos Homossexuais de Crato (Adacho).
“Os
nossos inimigos estão bem unidos contra nós, os LGBTs caririense. Infelizmente,
ainda estamos desorganizados. Precisamos compreender que a homofobia é
agradável para os ‘heterossexista’. Eles esquecem as diferenças raciais,
étnicas, religiosas e políticas, por quê? Porque eles colocam o identitarismo
heterossexual hegemônico acima de tudo. Eles se unem para acabar com os
LGBTs e para fazer das nossas vidas um inferno”, desabafou André.
O
representante da Adacho espera que este ato, que foi pacífico, sirva para
fortalecer a identidade LGBT no Cariri. “Não há espaço para ser moderado, há
espaço apenas para ser radical e lutar para dizer LGBTfobia é crime. Apenas uma
identidade radical consegue viver em tempos difíceis. Radicalize-se para
viver”, enfatizou.
Crime
No último dia 13 de junho, o Supremo Tribunal Federal determinou que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passe a ser considerado um crime. A conduta passou a ser punida pela Lei do Racismo (7716/89), que prevê delitos de discriminação ou preconceito por “raça, cor, etnia, religião e procedência nacional”. Inafiançável e imprescritível, a pena pode ser de um a cinco anos de prisão e, em alguns casos, multa.
(Blog Diário Cariri)
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