Envolta em questionamentos, a morte da cearense Neurilene da Silva Moura, 41, que aconteceu na Suíça, onde ela morava com o marido, trouxe sofrimento para familiares e amigos que iniciaram uma campanha virtual para arrecadar dinheiro para o traslado do corpo para Fortaleza.
Neurilene
morreu no último dia de 15 de setembro na cidade suíça de Bulle, onde residia desde
o último dia 2 de julho com o marido Christophe Sulger, 52 anos, com quem casou em Fortaleza no
dia de 28 de dezembro de 2018. Em entrevista, a irmã da mulher afirma não saber
o que aconteceu.
"Não
deram nenhum esclarecimento sobre a morte. A gente não tem nenhuma
informação. Só disseram que o esposo dela está sob custódia da Polícia suíça
para investigação. Isso deixa a gente muito mais preocupado porque a gente fica
sem saber nada", relata Neuliane da Silva Moura, 45.
De
acordo com o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), o caso está
sendo investigado.
"O Consulado do Brasil em Genebra acompanha o caso e presta assistência
consular cabível", diz a nota do órgão, responsável por entrar em contato
com a família para intermediar informações conseguidas pela Divisão de
Assistência Consular.
Mistério
Segundo
o que foi repassado a Neuliane, as autoridades suíças prometeram enviar um
laudo pericial sobre a causa da morte da irmã, mas até esta quarta-feira (2),
17 dias depois do falecimento, a família ainda não recebeu nada.
"Já
procuramos todas as autoridades, orgãos federais e tudo que já podíamos fazer.
Procuramos também a Defensoria Pública caso precisemos de apoio judicial.
Realmente não sabemos nada sobre como ela morreu", desabafa. A reportagem
solicitou mais detalhes sobre o caso para o Itamaraty mas o órgão disse que
mais informações não seriam repassadas em respeito à privacidade dos
envolvidos.
A
única pessoa que morava com Neurilene era o marido. Ele também não fez nenhum
contato com os familiares. "Ele veio três vezes ao Brasil e todas as vezes
nós tivemos contato. Para nós, ele mostrava ser um cara calado, falava pouco,
até por conta da língua, mas a gente conversava". Neurilene conheceu o
suíço no Carnaval de 2017 na Praia de Canoa Quebrada.
Surpresa
Neuliane conta
que a irmã realizava chamadas de vídeo de duas a três vezes por dia com a
família. A filha da cearense foi a última a ter notícias dela, um dia
antes da morte. "Ela disse para a minha sobrinha 'vou limpar umas coisas,
tomar um banho, e falo já com você'. Depois disso, mais nenhuma notícia. Ela
costumava fazer chamada de vídeo com a gente de duas a três vezes por
dia", afirma.
Quando
ficaram sabendo da morte, no dia 17 de setembro, Neuliane conta que todos
entraram em choque. “Ela era uma pessoa muito alegre, com muita saúde e que
gostava muito de viver. Nossa mãe tem 78 anos e tem problemas de diabetes
e hipertensão. Na hora que ela soube tivemos que levar ela para o hospital.
Fiquei com medo de perder minha mãe também", finaliza.
(Diário
do Nordeste)
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