A prisão preventiva da dupla ocorreu em 6 de março no Paraguai. FOTO: AFP
Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto de Assis poderão voltar ao Brasil depois de passarem 171 dias presos em Assunção, no Paraguai. O juiz Gustavo Amarilla liberou os brasileiros nesta segunda-feira (24) que concordou com um trato proposto pelo Ministério Público do Paraguai e que foi aceito também pela defesa dos brasileiros. 

Ronaldinho e Assis foram presos no dia 6 de março, dois dias depois de terem entrado no Paraguai com passaportes falsos. Os brasileiros, de princípio, seriam liberados depois de um pagamento de uma multa, porém a Justiça aceitou um pedido do Ministério Público, que queria investigar possíveis outros crimes, e decretou a prisão preventiva, que no Paraguai pode durar até seis meses. 

A defesa dos brasileiros acreditam que os dois irmãos devem conseguir a liberação até a próxima quarta-feira (26). Eles devem embarcar em um voo fretado para o Rio de Janeiro. A expectativa, no entanto, é que a autorização venha ainda na manhã desta terça.

O juiz do caso, Gustavo Amarilla, deu uma explicação mais detalhada sobre a situação de Roberto de Assis, que foi apontado pelo Ministério Público como alguém que colaborou para a elaboração dos documentos falsos: 

"A Justiça condena Roberto Assis a cumprir dois anos pelo uso de documentos públicos de documento falso, mas também o beneficia com a suspensão dessa condenação. É um instituto do direito paraguaio, que permite ao réu ir pagando essa condenação desde que cumpra os requisitos", declarou o juiz. 

A liberação de ambos acontece porque o Ministério Público não encontrou mais indícios de outros crimes e decidiu não fazer novas acusações contra Ronaldinho e Assis. Os dois passaram um mês presos na Agrupación Especializada, quartel da Polícia Nacional do Paraguai transformada em cadeia de segurança máxima. Desde 7 de abril estiveram em prisão domiciliar, que cumpriram num hotel no centro de Assunção.

Dinheiro devolvido 
De acordo com a Justiça, o ex-astro do Barcelona e PSG, deve pagar US$ 90 mil de multa (cerca de R$ 504 mil) e, Assis, outros US$ 110 mil (R$ 616 mil). Ainda segundo a Justiça, os valores serão descontados dos US$ 1,6 milhão que eles haviam depositado como fiança quando mudaram para o regime de prisão domiciliar, em abril. A maior parte desse dinheiro (US$ 1,4 milhão, ou R$ 7,84 milhões) será devolvida a Ronaldinho e Assis. 

Passaportes falsos 
De acordo com as investigações da polícia paraguaia, os passaportes falsos foram entregues ao ex-jogador e seu irmão no aeroporto de Assunção no dia 4 de março, quando eles desembarcaram de um voo que havia partido de São Paulo. Os documentos foram dados a eles pelo empresário Wilmondes Souza Lira, que também está preso no Paraguai. 

Lira era o intermediário entre os irmãos Assis e a empresária Dalia Lopez, que havia convidado Ronaldinho e Assis para irem até Assunção participarem de ações sociais de uma suposta ONG. Dalia Lopez está foragida desde o dia 7 de março. 

O "caso Ronaldinho" detonou uma investigação que resultou na prisão de cerca diversos agentes públicos paraguaios, envolvidos num esquema de falsificação de documentos e evasão de divisas.                       (Diário do Nordeste)

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